sábado, 29 de junho de 2013

O Currículo Básico Comum e o vandalismo


Vandalismo. [ Do fr. vandalisme.] S. m. 1. Ação própria de vândalo. 2. destruição daquilo que, por sua importância tradicional, pela antiguidade ou pela beleza, merece respeito. (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira)

O dicionário me parece desatualizado. Então escrevo no quadro um significado mais de acordo com o calor da hora:

"VANDALISMO. Ato de destruição de bens públicos e/ou privados."

E explico:

"Se eu pegar o meu caderno e rasgá-lo inteirinho é vandalismo?"

Um aluno se arrisca:

"Não".

"Por que?" pergunto.

"O caderno é seu".

"Exatamente. É meu. Mas se eu pegar livros da escola e rabiscá-los todos, estou cometendo um ato de vandalismo?"

"Ah, entendi!" disse M. com os olhos brilhando de compreensão.

"E na nossa escola, tem muitos atos de vandalismo? Quais? Por que alguns alunos praticam vandalismo?" Jogo as perguntas no ar e deixo que os alunos respondam, pensem, reflitam. Mesmo que todos falem ao mesmo tempo, não importa.

A sala de aula é a rua onde eu milito todos os dias.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Debate em sala de aula sobre o vandalismo que assola as manifestações populares

Turma de terceiro ano do ensino médio. Debate sobre as manifestações. Descubro que alguns alunos participaram da comissão de frente que ajudou a atirar pedras na polícia militar e a cometer atos de vandalismos durante as manifestações do último sábado. Por que?

"Quais são as propostas desses vândalos?" perguntou J.

"Cara, não é vandalismo. É revolta!" respondeu R., que participou  do confronto direto com a polícia.

"Como assim?" perguntei.

"Vandalismo é uma mãe passar quatro horas no posto de saúde com uma criança no colo. Vandalismo é corrupção", respondeu R.

"Mas quem são os caras que promovem essas ações?" perguntei.

"Tudo bandido, professora", disse D. "Tudo bandido. Eu mesma vi um que eu sei que é bandido."

Pode até ser que sejam bandidos, mas acho que tem de tudo naquele bolo de gente que põe toda a beleza da passeata a perder.

Na escola é a mesma coisa. Os vândalos e os aprendizes de bandidos são aqueles que não deixam a maioria estudar. A escola pública, em geral, é toda quebrada, suja, pichada e feia. Um ambiente horrendo. Para segurar os vândalos, as diretoras mandam gradear tudo. A escola fica com ares de prisão. Um terror absoluto.

E para piorar a (des) educação de nossas crianças e adolescentes, o ambiente, depois de destruído, continua destruído porque para se colocar uma simples porta em uma sala de aula é preciso enfrentar uma jornada licitatória buRRocrática e  longa. A papelada que precisa correr é tão extensa que a diretora desiste. E a escola vai ficando cada vez mais destruída. "Se já está quebrado, vamos quebrar mais um pouco", pensam os vândalos. E por aí vai.

Estou tão acostumada a ver cenas de vandalismo no meu dia a dia que, hoje, ao assistir às cenas horríveis da quebradeira que rolou na Av. Antônio Carlos, penso apenas que  escola e sociedade se espelham. Uma é reflexo da outra. Não me assusto tanto. Sinto tristeza. Infelizmente esta é uma realidade que vejo todos os dias.

domingo, 23 de junho de 2013

Futebol, alegria das elites

Há tempos o futebol deixou de ser uma espécie de ópio do povo. Nas últimas décadas ele se tornou um alucinógeno das elites. Afinal, são bilhões de reais, euros, dólares, libras, francos, pesos, marcos...etc.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Amanhã, dia 22. Vamos lá, caros colegas!

Proponho que todos os professores da rede estadual façam seus próprios cartazes para irmos todos juntos pra rua amanhã, sábado, dia 22.

Tenho algumas ideias para os dizeres dos cartazes:

Sou professora da rede estadual e mereço ganhar, no mínimo, 10 salários mínimos.

$ Não existe Educação de qualidade sem a valorização do professor $

Salário digno já!

Basta de governos incompetentes e ineficientes!

O Brasil é ótimo, mas o serviço é péssimo!


Com ou sem cartaz, o importante é comparecer, caro colega!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Caros colegas, vamos para a rua!

Caiu a liminar do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, cujo único objetivo era o de impedir que o Sind-UTE promovesse manifestações nesses dias de Copa das Confederações. É bom dizer que a greve dos professores por tempo determinado já tinha sido decidida desde o último dia 5, em assembléia. Agora não tem mais multa de 500 mil reais se algum integrante de entidade de classe for flagrado em alguma manifestação de rua.

Vamos lá, caros colegas! Quero ver 100 mil professores da rede estadual nas ruas protestando por melhores salários, por melhores condições de trabalho, por uma Educação verdadeira e de qualidade!

Dia 22, sábado! Vamos ficar de olho no site do sindicato pra saber onde e quando. Vamos aproveitar pra surfar nessa onda de protestos que veio em boa hora. Deixem o medo, as desilusões, as preocupações, a deseperança, o desânimo em casa e vamos para a rua! Levem cartazes, faixas, máquinas fotográficas e muita coragem para exercerem o papel de cidadãos com direito legítimo de protestar!

E para os puristas que acham que esse movimento não pode ser partidário ou sindicalista, saibam que as manifestações dos professores já estavam marcadas. Tudo é uma feliz coincidência. Espero que esses manifestantes nos apoiem, pois o que nós, professores, mais precisamos neste momento é do apoio da sociedade brasileira.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Eu quero militar, mas o sindicato não deixa.

Quando digo que a coisa é atrasada ninguém acredita. Não tem nem um canal de compartilhamento no site do sindicato dos professores. Eu gostaria de compartilhar nas redes sociais  a discussão sobre a liminar do TJ proibindo qualquer manifestação do sindicato no entorno do Mineirão, mas não dá.  Vou ter que ler, fichar, reescrever a nota do sindicato. Até lá a Copa da Confederações já acabou e essa oportunidade maravilhosa de contribuir para potencializar a mobilização dos professores nessa onda de protestos foi perdida.

Eu não entendo. Todo site de notícias tem um ícone de compartilhamento. Por que o site do sindicato dos professores não tem? Assim fica difícil militar. Ainda mais em tempos de revoluções digitais.

Helloooo! Vamos acordar, categoria?

terça-feira, 18 de junho de 2013

Manifestações populares antigas e recentes no País do Futebol

D. Margarida é quase uma dinossaura. Ainda adolescente contribuiu para a fundação do PT mineiro. O PT naquela época era a vanguarda da esquerda brasileira que lutava contra a ditadura militar. Hoje o PT é essa coisa, essa gosma, essa cara sem rosto definido, sem coragem de  assumir as mudanças necessárias. Acomodou, coitado. Rendeu-se à necessidade das grandes obras. As pessoas, o povo e a  construção de uma identidade nacional baseada em mais igualdade, mais justiça social, mais educação, mais saúde ficou pra depois. Para depois do pré-sal. Mas naquela época o PT era o máximo. Era a vanguarda política. Tinha gente animada, bonita, interessante e pensante, que é o mais importante.

Depois veio a grande Campanha pelas Diretas Já. O grande comício que, segundo alguns, reuniu um milhão de pessoas na avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte. D. Margarida estava lá, na fila do gargarejo. A bandeira do Brasil, empunhada por seu colega, ao seu lado, ganhou a primera página do jornal Diário da Tarde. Um sucesso!

Teve a morte de Tancredo Neves, mas D. Margarida preferiu não ir ao velório. A decepção pela derrota da emenda Dante de Oliveira tinha sido demais pra ela. Estava desencantada. Resolveu então, anacronicamente, desbundar. E foi fazer teatro.

Em 1989, voltou à ativa, militando pela vitória de Lula pra presidente. Lutou, panfletou, tentou convencer os amigos, mas a praga do Collor venceu. Uma desgraça! Talvez a pior de todas. Após meses de sofrimento,  foi com muito prazer que ela participou de todas as passeatas, movimentos e manifestações pelo impeachment daquela criatura das trevas. E quando aquele monstro caiu do cavalo do poder d. Margarida achou pouco e bom.

E o tempo passou. E d. Margarida voltou pra universidade. E a melhor coisa que D. Margarida fez na vida foi voltar pra universidade. Na faculdade ela participou de um Diretório Acadêmico deliciosamente anárquico chamado "Todo Mundo". Os (não) diretores eram do curso de Filosofia. D. Margarida cursava História, mas andava  com os estudantes de Comunicação e da Filosofia. Ótimas lembranças. 

E o tempo passou de novo e mais rápido. D. Margarida se formou e resolveu virar professora de escola pública. (Meu Deus, onde ela estava com a cabeça?) E foi aí que começaram os choques com a realidade nua e crua. Porque antes era só a vida mansa de estudante universitária que fazia bicos de produção cultural pra sobreviver. Depois, caro colega, é que a real bateu com força à porta da consciência de d. Margarida.

Ah! A escola pública! Especialmente a estadual. É de doer os ossos. É onde a criança berra e ninguém escuta. Reino da ignorância, do atraso, da mediocridade. Crianças e adolescentes inteligentes e maravilhosos massacrados todos os dias pela incompetência e pelo desinteresse do governo do Reino da Província em oferecer uma escola no mínimo humanista para os filhos desse povo que rala em troca de um salário mínimo escravocrata.

Educação, saúde e segurança é o básico do básico. Mas nem isso nossos governantes são capazes de oferecer de forma decente, eficiente e competente. Após participar de inúmeras greves de professores mais ou menos fracassadas (a impressão que sempre fica é a de que avançamos um passo e retrocedemos três), d. Margarida ficou mais seletiva quanto a ir pra rua pra protestar.

Então é com muita alegria e esperança que ela assiste as manifestações populares dos últimos dias. Após o terror da repressão policial das primeiras manifestações em São Paulo, é bom ver que o povo faz valer o seu direito de ir às ruas e dizer NÂO para a truculência da polícia. As pessoas mostram que não têm medo, que não estão satisfeitas com muitas coisas. E isso é bom.

Quem sabe o exemplo desse movimento passe a motivar mais os professores (que ficaram em casa) a irem às ruas lutar por seus direitos? Ou simplesmente mostrar que não estão satisfeitos? Essa coragem é saudável e necessária. 

D. Margarida tem um sonho. No seu sonho 100 mil professores tomam as ruas de Belo Horizonte reivindicando melhorias salariais. Quem sabe esse sonho já começou?


domingo, 16 de junho de 2013

Pauta de reivindicações dos professores ou do sindicato? Parte II, ou A pauta de D. Margarida

Após reler a pauta de reivindicações no site do sindicato com calma e atenção, posso dizer que a pauta é excelente. Extensa demais, mas excelente. A crítica que faço é que a principal questão se perde no meio de tantas outras.

Para d. Margarida a questão primordial é o aumento salarial. A pauta de reivindicações de d. Margarida se resume basicamente à luta por um salário digno. Não existe, nem nunca existirá Educação de qualidade sem a valorização do professor. E valorização significa aumento de salário.

Agora, "salário digno" pode ser interpretado de várias formas. Para o governo, nós ganhamos acima do "piso". O sindicato, por sua vez, construiu essa pauta quilométrica de reivindicações talvez pra esconder a questão principal. O sindicato ainda espera ressucitar o "piso salarial profissional nacional". Quem sou eu para agourar a fé do sindicato? Mesmo porque trata-se apenas de uma questão de fé,  já que politicamente o "piso" é uma ilusão.

Preste bem atenção ao que vou lhe dizer, caro colega. A luta pelo "piso salarial profissional nacional" é  uma luta insana. O que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Ensino (CNTE) quer é que os governos estaduais abram mão da autonomia de decisão sobre a política salarial para o magistério em seus estados. O sindicato quer  que os governadores simplesmente obedeçam ao governo federal. No fundo, no fundo é uma briga mesquinha entre PT e PSDB, entre o PT e outros partidos. Não rola de ficar no meio disso esperando uma decisão judicial que pode demorar décadas.

Digo e repito: a população não entende nada de "piso". Melhor seria se falássemos a língua que o povo entende: salário mínimo. Dessa forma, talvez, poderíamos causar algum estrago na imagem de alguns futuros candidatos das próximas eleições. Dessa forma, talvez, poderíamos conseguir algum resultado, alguma merreca de aumento. Talvez os governos estaduais até aceitem conceder o "piso" em troca de alguma coisa como, por exemplo, em troca da renegociação das dívidas dos estados com a união. O que quero dizer é o seguinte: política no Brasil é a arte da barganha. Ninguém está preocupado em oferecer saúde e educação de qualidade para o povo. Se vier o "piso" será em troca de alguma coisa. Alguma coisa grande. Não se iluda, caro colega.

Enquanto "seu piso" não vem, a pauta prioritária de d. Margarida é a seguinte:

a) Aumento salarial de 100%, o que equivale a um vencimento básico de quatro salários mínimos por cargo.

b) Revisão e correção imediatas do posicionamento dos professores na famigerada tabela do subsídio, respeitando-se tempo de serviço, grau de escolaridade e a devida correção salarial em função disso. Fim do congelamento dos salários.

c) Férias prêmio para todos. Se o sujeito tem 1 ano de férias prêmio acumuladas para gozar, que seja dado a ele a opção de gozar os 12 meses ininterruptamente. O que o estado faz é picar as férias prêmio do servidor e os alunos é que sofrem, pois têm que se submeter a trocas constantes de professores. Coisa mais antipedagógica!

d) Pagamento de adicional de periculosidade para profissionais que atuam em áreas de risco.

e) Aumento do percentual de progressão vertical na carreira em função da escolaridade e imediata aceitação da promoção por escolaridade em todas as situações funcionais. Hoje, o professor que gastou 5 mil reais para fazer uma especialização só vai conseguir recuperar o investimento em 5 anos, no mínimo.

Bom, só isso já é muito difícil de conseguir. Quase impossível. Mas como bons idealistas que somos (senão não seríamos professores) espero que um dia possamos ser considerados parte da sociedade. Porque até agora somos profissionais marginalizados do ponto de vista salarial.

Força na peruca! A luta continua!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Pauta de reivindicações dos professores ou do sindicato?

A pauta de reivindicações do sindicato é tão extensa que dá até "mêda". O que realmente importa para nós, caro colega, fica perdido no meio de tantas propostas, muitas delas de competência das diretoras das escolas.

Sim, as escolas têm autonomia desde que suas diretoras conheçam a legislação de modo mais completo e mais abrangente que as inspetoras e demais funcionários da Secretaria de Educação. Diretora boa de serviço ninguém dobra, nem ameaça. Mas, infelizmente existem diretores que fazem o jogo da Secretaria de Educação. São seres capachos, coitados. São  seres iludidos pelo poderzinho que lhes foi concedido. No fundo, eles odeiam os professores. Se sentem superiores, pobrezinhos. Que peninha!

Voltando ao assunto da pauta de reivindicações, d. Margarida tem uma outra pauta mais objetiva, mais enxuta. Uma pauta que atinge mais diretamente os pontos nevrálgicos atuais da situação doentia do magistério estadual. Este será o assunto da minha próxima postagem. Agora tenho que ir dar as minhas aulas. Estou atrasada.

sábado, 8 de junho de 2013

A militância imaginária

Leio no jornal uma crônica do Arnaldo Jabor  em que  ele escreve sobre o "militante imaginário", uma expressão, segundo o autor, cunhada por José Arthur Gianotti.

Mas quem é o "militante imaginário"?  Segundo Jabor, o "militante imaginário" é aquele que sonha com uma revolução, que deseja e defende grandes mudanças sociais e políticas, que se afirma como uma pessoa de esquerda, mas que não move uma pedrinha sequer em qualquer direção em prol de seus ideiais. Ao "militante imaginário" basta ter idéias. Ele sonha "com uma vitória sem lutas".

Nós professores, caro colega, em nossa imensa maioria, somos todos "militantes imaginários". Sonhamos com um bom salário, mas não fazemos nada no nosso dia a dia para consegui-lo. Nem mesmo corremos atrás da regularização da nossa situação funcional. Também não buscamos conhecer a legislação para conhecermos melhor os nossos direitos. Não questionamos as ameaças  das  inspetoras, repetidas pelas diretoras "papagaias" em cima das nossas cabeças. Em geral, somos contra as greves porque pensamos apenas na obrigação da reposição das aulas.  Como se a Secretaria de Educação tivesse à sua disposição um batalhão de inspetoras para dar conta de fiscalizar minuciosamente todas as escolas estaduais de Minas Gerais!

Mas uma coisa, nós, professores-militantes-imaginários fazemos muito bem: viramos madrugadas para entregar os diários no prazo correto. Ufa! E, quando conseguimos, nos vangloriamos de sermos excelentes profissionais. Não é assim? Outra coisa que desejamos do fundo do nosso coração é que, um dia, o governador acorde de bom humor e resolva nos dar um aumento salarial decente, o suficiente  para dignificar a nossa profissão. Assim, da noite para o dia.

Você pode me dizer: "EU NÃO!! EU NÃO SOU ASSIM. EU LUTO. EU PARTICIPO DAS ASSEMBLÉIAS, EU ME ENVOLVO, EU QUESTIONO".Ok! Eu acredito em você. Eu também não me dobro facilmente. Nem me iludo.

Helloooooo! Vamos acordar, categoria? Vamos parar com essa militância imaginária? Vamos fazer o nosso dever de casa direitinho? O para casa dos professores é um só: greve, greve, greve! Mesmo que seja por tempo determinado como quer o sindicato.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Assembléia dos professores, dia 05 de junho - Indicativo de Greve

Pelo amor de Deus, se tem alguém em dúvida se deve paralisar ou não no próximo dia 05 de junho, por favor, coloque a mão na consciência e pense.

Ganhávamos 01 salário mínimo. Fizemos uma greve e passamos a ganhar 01 salário e meio. Depois veio a grande greve pelo Piso e passamos a ganhar 02 salários mínimos através do "suicídio da carreira".

Pense bem, caro colega. Se fizermos uma greve, talvez nosso salário chegue a 02 mínimos e meio. Vamos pedir 04 salários mínimos por cargo. Quem sabe a gente passa a ganhar 03 mínimos?

Se ficarmos submissos, pensando nas aulas que vamos ter que repor, aí é que não vamos ganhar nada mesmo.