quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

É Bomba!

Você já deve ter percebido, caro colega, que neste blog não consta o número de acessos a essas humildes e, às vezes, indigestas crônicas sobre a escola pública. Optei por não divulgar essa quantia porque, sinceramente, não recebo muitos acessos. Eu tinha a ilusão de que meu blog seria um sucesso estrondoso. Ledo engano.

Penso que meus textos incomodam. E incomodam porque na visão de D. Margarida ninguém se salva no planeta Educação: nem alunos, nem professores, nem sindicato, nem "magistéricas" e  nem "pedagogentas". Muito menos o governo, o grande culpado. D. Margarida é pessimista. Reclama demais. De tudo. Ninguém aguenta. "No Brasil, todos idealizam a Educação mas ninguém quer pagar o preço", costuma dizer.

No último ano, d. Margarida viu o número de acessos ao blog subir vertiginosamente: 500 por mês. "Uau!", pensou d. Margarida. "O blog está bombando!". Coitada de d. Margarida. Ela realmente pertence a uma outra geração, de um passado remoto. Desde quando 500 acessos por mês representa alguma coisa na blogosfera? Ridículo.

Mais ridículo ainda foi quando d. Margarida descobriu que mais da metade dos acessos era realizada por sites robôs norte-americanos. Ela pesquisou e descobriu que é acessada por dois sites. Mas quem acessa é um robô, ou seja, ninguém lê o que d. Margarida escreve. Ela também descobriu que quando escreve determinadas palavras como, por exemplo, "terrorismo", o número de acessos aumenta. Não é incrível? É só escrever umas palavrinhas chaves e a resposta é imediata.

Então, só para infernizar esses robôs e manter as estatísticas em ascenção, vamos falar das bombas que estouraram na escola nos últimos dias. As bombas chegaram junto com os alunos. Desde o primeiro dia de aula, nós, professores, alunos e funcionários, temos sido surpreendidos por estrondos assustadores. A acústica péssima e a arquitetura labiríntica ajudam em tudo. No barulho que nos paralisa e na clandestinidade dos vândalos delinquentes insuportáveis. Posso dizer que eles (a gangue) são o que são porque todos são maiores de idade. Já deviam estar todos fora da escola há muito tempo, mas nós, professores, resolvemos bombá-los para castigá-los. E agora eles estão lá, aliciando os menores e aterrorizando os outros que querem estudar. Bem feito para nós, professores. O principal suspeito de ser o líder dos terroristas é também suspeitíssimo de liderar outros crimes de calibre muito maior dentro da escola.  Agora eu entendo uma vice-diretora que sempre dizia: "Passa esse menino, gente! Passa esse menino!".

É a bomba pedagógica se materializando. Ridículo.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Reinventando o Ensino Médio? Não, obrigada!

Que venha 2014. Estou preparada. Ou acho que estou. Para este ano correr tranquilo tomei algumas decisões importantes. A principal delas é assumir de uma vez por todas que sou melhor professora para o ensino médio que para o ensino fundamental. Adoro os pequenos, mas eles me enlouquecem. E já sou louca o bastante. Não necessito de mais insanidade na vida. Então, como sou a segunda professora de História na escola a escolher turno e turmas, preferi ficar com os adolescentes. Nada de pré-adolescentes este ano. Chega. Como eu disse, gosto muito dos mais novos, mas eles me desequilibram. Apenas um pouco do estresse que eles desencadeiam já é o suficiente para que eu fique à deriva por alguns dias. Ando muito sensível ultimamente. Nada contra a galerinha de doze, treze anos, mas já que fiz concurso para a rede pública estadual não há motivo para ficar sofrendo com a gritaria do turno da tarde. Pela LDB a responsbilidade pelo ensino médio é do estado. Então, para que assumir o ensino fundamental? Não sou obrigada a fazer isso. Tenho sorte. Posso escolher. Resolvi usar os direitos que tenho. E esta é a minha segunda decisão importante para 2014. Usar os meus direitos. Não quero extensão de carga horária, obrigada. Não quero participar do Reinventando o Ensino Médio, obrigada. Não tenho tempo para estudar e planejar essa nova disciplina chamada "empregabilidade". Muito obrigada, mas não quero. O planejamento da minha disciplina já é muito trabalhoso para que eu embarque nesse novo projeto pedagógico. Agradeço o convite, mas tenho que estruturar um currículo nada básico que vai da pré-história aos dias atuais. Sinto muito, não posso participar. E além do mais, o salário não vale a pena. Ganho apenas 1.200 reais, ou 500 dólares, ou 350 euros. Para que vou acumular mais trabalho ? Não vou ganhar mais por isso! Sinto muito. Agora não vai dar. Quem sabe na próxima? Se rolar um dinheirinho extra que valha o sacrifício, quem sabe um dia?

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Um pouco do de sempre

Feliz volta às aulas, caro colega! Do coração, desejo-lhe que o ano letivo de 2014 seja muito, muito melhor do que o ano que se foi.