domingo, 26 de dezembro de 2010

Só termina quando acaba.

Este blog também entra em férias escolares.

Desejo a todos os professores do Brasil  e aos leitores do blog  um excelente fim de ano, um reveillon nota dez e um 2011 bem acima da média.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Da Idade da Pedra

Existe coisa mais "pré histórica" do que diário de classe? Penso que não. Aquele caderno azul celeste cheio de campos pra preencher tem me provocado náuseas, ultimamente. Número de "aulas dadas", número de "aulas previstas", número parcial de "faltas", número "total de faltas", "conteúdo lecionado", mês, ano, turma, bimestre, e claro, notas. Notas parciais, individuais, bimestrais, finais, de recuperação, enfim...

Milhões de professores em todo o Brasil passam as "tardes da eternidade" preechendo esses cadernos que são do tempo das nossas avós. Eles varam madrugadas e madrugadas somando 2,2 + 3,7 + 4,2 + ... até à exaustão completa.

Francamente! Estou cansada de ouvir por aí que "o professor é despreparado" mas quando se trata de denunciar o atraso do Estado, das secretarias de educação, dos burocratas de plantão, não aparece nenhum jornalista.Ninguém.

Uma planilhazinha excel, um programazinho básico, você clica no site da secretaria, baixa o arquivo e voilá: um diário eletrônico que soma faltas e notas!!! É pedir muito?? É o básico do básico, meu bem! Uma coisa tão simples, mas tão simples, que é simplesmente ridículo que os estados do país não tenham até hoje disponibilizado essa ferramenta para seus professores. É um verdadeiro atestado de incompetência!

Papai Noel, eu quero um diário eletrônico de natal!

sábado, 11 de dezembro de 2010

O que dizer?

É muito difícil, nesse momento, escrever sobre o assassinato do professor universitário de educação física, Kássio Gomes. Um crime horrível. Fico sem palavras, mas é necessário dizer alguma coisa.

Em primeiro lugar, penso na família do professor. Impossível imaginar quanta dor, quanto desespero e quanta revolta essa família deve estar sentindo.

Em segundo lugar, penso em todos nós, professores, espalhados por esse mundão de meu Deus. Meus caros colegas. A que ponto chegamos? Tento compreender como nos tornamos tão vulneráveis e alvos de alunos desajustados que nos culpam por seus fracassos. Tento compreender por que somos geralmente responsabilizados pela falência da Educação; por que somos punidos e criticados por querer elevar o nível do ensino, cobrando mais dedicação e atenção dos alunos para com suas próprias obrigações?

Sim, estamos vulneráveis a todo tipo de ataques : verbais, administrativos, midiáticos, culturais e físicos. Ser professor não é fácil.

É complicado tentar extrair uma lição dessa triste história. Aos caros colegas, recomendo o que com muito custo aprendi durante minha vida de professora. Preservem-se. Não se exponham tanto. Não acreditem que são dotados do poder absoluto de mudar corações e mentes porque isso é coisa de cinema. A realidade é outra coisa. Sejam mais práticos e menos idealistas. E, principalmente, aguçem suas percepções sobre quem é quem na sala de aula. Afinal, o pisicopata pode estar sentado na carteira mais próxima.