sábado, 11 de dezembro de 2010

O que dizer?

É muito difícil, nesse momento, escrever sobre o assassinato do professor universitário de educação física, Kássio Gomes. Um crime horrível. Fico sem palavras, mas é necessário dizer alguma coisa.

Em primeiro lugar, penso na família do professor. Impossível imaginar quanta dor, quanto desespero e quanta revolta essa família deve estar sentindo.

Em segundo lugar, penso em todos nós, professores, espalhados por esse mundão de meu Deus. Meus caros colegas. A que ponto chegamos? Tento compreender como nos tornamos tão vulneráveis e alvos de alunos desajustados que nos culpam por seus fracassos. Tento compreender por que somos geralmente responsabilizados pela falência da Educação; por que somos punidos e criticados por querer elevar o nível do ensino, cobrando mais dedicação e atenção dos alunos para com suas próprias obrigações?

Sim, estamos vulneráveis a todo tipo de ataques : verbais, administrativos, midiáticos, culturais e físicos. Ser professor não é fácil.

É complicado tentar extrair uma lição dessa triste história. Aos caros colegas, recomendo o que com muito custo aprendi durante minha vida de professora. Preservem-se. Não se exponham tanto. Não acreditem que são dotados do poder absoluto de mudar corações e mentes porque isso é coisa de cinema. A realidade é outra coisa. Sejam mais práticos e menos idealistas. E, principalmente, aguçem suas percepções sobre quem é quem na sala de aula. Afinal, o pisicopata pode estar sentado na carteira mais próxima.

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