terça-feira, 21 de julho de 2015

A luta continua, ou o caminho de pedras

É difícil manter um blog. É preciso disciplina, coisa que não tenho mas pretendo adquirir. Um dia. Ou, ao longo dos dias até a minha morte. O importante é esmorecer tentando. Aliás, quem não tenta, nunca alcança.

Prova disso é que nós, professores, alcançamos a conquista do tão desejado piso salarial nacional vinculado ao poder centralizador do governo federal. (Já pensou se o PMDB conquistar a presidência, ou, pior, o PSDB? Ai, meu Deus! Teremos que mudar o discurso e levantar a bandeira do piso salarial estadual, principalmente se o PT estiver no comando do Reino da Província e estiver mostrando serviço. Assim espero. Príncipes-gênios-da-administração-pública- eficientes-competentes nunca mais!).

É a vida. Quando aposentar com esse salarinho salafrário, posso abrir uma tenda oracular de ações políticas. Espero ficar rica, pois tenho talento de sobra para adivinhar o que vai acontecer na República dos Interesses Privados. Não que o nosso atual governador seja desses que só enxergam o próprio umbigo, mas eu já sabia, por exemplo, que ele (que, espero, faça um bom governo e emplaque um sucessor, agora que a reeleição está com os dias contados) iria nos dar o piso, apenas o piso. Confesso que o prazo de três anos foi uma surpresa. Desagradável.

Mesmo que os aumentos venham a conta gotas, o importante é que venham, que pinguem. Para não perder o hábito dos ditados populares: água mole em pedra dura...Quem sabe o nosso salário, um dia, irá atingir um nível de dignidade mínimo? O importante é ver (ou crer) que o governo está preocupado em nos conceder o direito aos nossos direitos.Porque nem a isso tínhamos direito na administração passada. Não tínhamos direito aos nossos direitos quando os príncipes eficientes-competentes governavam.

Se o novo governador for inteligente saberá agradar aos professores. Pequenos mimos são suficientes, desde que sejam frequentes. Readequações anuais do valor do piso; reposicionamentos justos na carreira; a ressurreição da carreira; pequenos aumentos de 5% duas vezes ao ano etc.

Se o novo governador for um bom negociante, será capaz de aumentar a alíquota do nióbio e reverter boa parte dessa riqueza para a $valorização$ dos professores. Os chineses vão entender, afinal a China só cresce a 7% ao ano porque a educação oferecida ao povo é uma das melhores do mundo. É só o governador dizer aos chineses que o Brasil, hoje, precisa viver uma revolução cultural que enterre de vez o desperdício e o amadorismo, entre outras muitas mazelas.

Se o novo governador for capaz de enxergar o futuro, irá perceber que a principal  categoria profissional com força suficiente para apoiá-lo em tempos bicudos de pouca grana e recursos escassos é a classe do magistério. Quem irá atuar na linha de frente para conter o desespero da população quando a água faltar? Quem, hoje, é o profissional mais importante para disseminar conhecimentos sobre a necessidade de se criar novos hábitos de uso dos nossos recursos hídricos?

Uma nova mentalidade urge para dar conta de consertar os estragos provocados por políticos que só pensam  no próprio bolso e no próprio estômago. Espero que o novo governador tenha talento e disciplina para inaugurar uma nova era política no Reino da Província.