sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Back to the past

Infelizmente as férias estão acabando e não estou nem um pouco animada pra voltar à labuta. Há coisas na vida que os mais velhos não nos contam para não nos assustar. Eles não nos contam, por exemplo, sobre a força revolucionária que tem a chegada de um bebê em nossas vidas. É algo incomensurável. Um fato que os nossos caros colegas com mais anos de estrada não nos contam, por exemplo, é que o furor pedagógico acaba e que, em vez de entrarmos em um estágio de pedagogia serena e sábia, passamos diretamente, sem escala, para a depressão.

Como eu gostaria que esse blog fosse leve e oferecesse apenas crônicas miúdas sobre o dia a dia em sala de aula. Como cidadã da República das Pizzas de Banana e do Reino da Província não posso me dar esse luxo. Há uma luta política muito cansativa a ser empreendida pelos profissionais em educação, diariamente, neste pais.

É inacreditável. O governo não tem vergonha de veicular o vídeo que apresenta a nova tabela de reposicionamento salarial. A apresentadora diz que, em 2015, alguns profissionais estarão ganhando R$ 1.600,00.Como se isso fosse um grande avanço! É um congelamento dos salários. Ai, que depressão.

Se eu fosse o sindicato (em pessoa, rs, rs) parava logo com essa bobeira de usar a palavra piso e começava a explicar a situação salarial dos professores, na imprensa, usando o termo salário mínimo. A população não entende nada de piso, carreira, biênio, vantagens. Para que o povo fique do nosso lado precisamos falar a linguagem que ele entende. Um professor com curso superior ganha 2 salários mínimos no Reino da Província para dar aulas para, no mínimo, 200 alunos. O subsídio do governo estadual equivale a 2 salários mínimos. O valor do piso federal mais vantagens equivale  a 5 salários mínimos. Pronto. Assim todo mundo entende.

Ai, que preguiça! Vontade de ganhar na megasena e virar índia, e me mudar  para a Bahia.