sexta-feira, 19 de julho de 2013

Enfim, férias!

Enfim, férias!Quinze dias longe daquela gritaria ensurdecedora dos pré-adolescentes. Duas semanas sem respirar aquele pó de giz hediondo que destrói meus cabelos e quebra as minhas unhas. Quinze dias falando baixo, sem precisar alterar a voz e sem ficar rouca. Duas semanas para ler o que eu quiser, sem a obrigação de ler livros didáticos chatos. Quinze dias sem  a buRRocracia que atrasa a vida.
Eu adoro as minhas férias! Boas férias para você também, caro colega!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Férias à vista!

D. Margarida só pensa em férias! Ela está contando os dias, as horas, os minutos.

D. Margarida é muito boazinha: "passou" todo mundo. Para quê dar notas ruins para os alunos? Para quê? Quem realmente vai ensinar o valor da responsabilidade a eles é a vida.

Eu não sou Deus. Eu não sou Jesus. Não faço milagres. Mas acredito que eles possam acontecer. De vez em quando.

sábado, 13 de julho de 2013

Curso de capacitação dos professores


O curso de capacitação não foi ruim, nem inútil. Pelo contrário. Variou de bom a razoável. Mas há "poréns" na terra de ninguém.

A manhã foi dedicada à leitura e à  explicação da resolução deste ano, por uma inspetora. Pergunto: por que isso não poderia ter sido feito pelas diretoras nas próprias escolas? Muita gente também reclamou.

À tarde, uma ex- professora de português, hoje analista da SEE, falou sobre as possibilidades de se trabalhar textos de história com o objetivo de desenvolver competências e habilidades de Língua Portuguesa.

Trabalho nesse sentido. Sempre trabalhei. É claro que também ensino os conceitos históricos fundamentais e o raciocínio histórico. Mas sem o português, como ensinar história? As duas matérias andam juntas.

Alguns dirão que tudo não passa do óbvio ululante. Vi muita gente impaciente. No final eu já estava com uma dor de cabeça insuportável e doida para tudo acabar o mais rápido possível.

Balanço geral: Othon Palace. Restaurante Varandão. Uma bela vista do centro de Belo Horizonte. Comidinha boazinha, bons palestrantes, boa organização, etc... mas o que eu preciso realmente é que aumentem o meu salário! 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Erro na página da "agenda positiva".Teremos greve?

Adoeci. É a segunda gripe forte dos últimos trinta dias. O Dr. Drauzio Varela diz que quem gripa muito é porque não chora. É aquela teoria das causas psicossomáticas das doenças. Quem vive de aparências geralmente somatiza esse comportamento em dores que afligem partes do corpo. Indecisões atacam a pele. Quem tem dificuldade para expressar seus sentimentos tem problemas respiratórios. E por aí vai.

Motivos para chorar tenho de sobra. Às vezes, caem umas lagrimazinhas mixurucas que não dão nem pra borrar a maquiagem. Tenho medo ficar seca. De perder totalmente a sensibilidade. Meu ambiente de trabalho é tão brutalizado, os problemas com os quais me deparo todos  os dias são tão insolúveis, a realidade dos meus alunos é tão triste, que consciente ou inconscientemente armo uma barreira para me proteger de tudo isso. E como tudo na vida tem efeito colateral...

Graças a Deus, a "greve geral" desta quinta-feira me salvou do blá, blá, blá da capacitação que armaram para nós, professores. Amanhã ainda tem. Hoje não. Hoje tem assembléia. Amanhã teremos uma greve dos professores? Tomara.

No contexto de toda essa "agenda positiva", até agora não ouvi nenhum político dizer que os salários dos professores precisam aumentar. Ouço apenas falar em mais verbas para a a Educação. "Mais verbas" é um termo muito genérico. Na prática, muitas vezes, vira sinônimo de mais corrupção. Eu, que participo da comissão de licitação da minha escola, é que sei. Vejo muita coisa suspeita acontecer. Questiono, mas nunca dá em nada. Tudo vem amarradinho lá de cima. Com muitos laços buRRocráticos para fazerem os desconfiados desistirem no primeiro nó.

$Não existe Educação de qualidade sem valorização do professor$.

GREVE,GREVE,GREVE! POR MELHORES SALÁRIOS!

domingo, 7 de julho de 2013

Fim de bimestre e de semestre: "I´ll survive"

Sim, eu vou sobreviver.

Vou fechar todos os meus diários; vou preencher todas as folhas (inúteis) de Módulo II; vou comparecer (forçada) a uma convocação para uma oficina de aperfeiçoamento profissional promovida pela Secretaria de Educação, nos próximos dias 10 e 11; vou apresentar todo o meu planejamento para o próximo bimestre; vou ajudar a organizar e vou participar da festa junina da escola; e vou ler todos os livros de história que me foram enviados pelas editoras para escolher a nova coleção de livros didáticos que irá substituir a atual.

Sim, eu vou sobreviver.

sábado, 6 de julho de 2013

Enquanto "seu piso" não vem... greve!

Eu gostaria de saber por que o sindicato dos professores não negociou o piso proporcional de R$ 720,00, mais biênios , mais quinquênios, etc. quando o governo sinalizou que estava disposto a concedê-lo, em 2011? Qual foi a verdadeira proposta do governo em relação ao piso proporcional de 720 reais? Por que o sindicato não aceitou? Por que o governo voltou atrás e passou o rolo compressor do subsídio em cima de toda a categoria? O que deu errado?

Talvez, se o sindicato tivesse aceito a proposta do governo, mesmo que ela fosse desvantajosa naquele momento, talvez o piso ainda estivesse na pauta da luta dos professores. Conseguir um  piso capenga era melhor do que não conseguir nada. 

A verdade é que os professores  estão desiludidos com o sindicato. E o que é pior: estão desiludidos com a greve como forma de luta. Por outro lado, o salário está tão ruim que é bem capaz dos professores embarcarem de novo nessa jornada de tentar ressucitar o piso.

Eu já disse o que penso neste blog. Para mim, devemos entrar em greve por melhores salários e por uma carreira, mesmo que seja dentro da tabela do subsídio. Sou a favor do piso, mas acho muito difícil resgatar toda aquela força que tínhamos em 2011.

A luta pelo piso deve continuar, mas é preciso que o sindicato também defenda reivindicações mais prováveis de serem atendidas. Qualquer melhoria salarial é bem vinda. Qualquer aperfeiçoamento daquela tabela hedionda do subsídio será bom para o magistério. Se quisermos aproveitar o rescaldo dessas manifestações que varreram o país durante a Copa das Confederações, o momento é agora. Se não fizermos greve agora vamos perder o bonde da história.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Greve, greve, greve!

E a tal greve geral desta segunda feira? Não deu em nada.

Finda a Copa das Confederações, os sindicatos se apressam para retomar o controle de suas categorias no rescaldo das últimas manifestações tipicamente anárquicas. No horizonte despontam promessas de greves  para dar continuidade ao movimento popular que botou os políticos para trabalharem para o povo brasileiro, e não apenas para eles próprios como era o costume.

Um jargão batidíssimo voltou com força total: "O povo unido jamais será vencido". 

Quero só ver se os professores vão ter coragem de entrar em greve depois dessa revolução. Quero só ver.

Eu, particularmente, sou super a favor de uma boa greve para tentar conseguir, pelo menos, a atualização da situação funcional de todos na tabela do subsídio, tanto na progressão horizontal, quanto na vertical. E também acabar com o congelamento e aumentar o salário em 50%. Se não der, temos que conseguir, pelo menos, um aumento de 35%. O salário é tão miserável que 35% equivale a 420 reais.

Para os meus caros colegas estrangeiros que sempre me acessam é bom esclarecer que um professor da rede pública estadual do terceiro estado mais rico do Brasil ganha o equivalente a 600 dólares por mês, ou, mais ou menos, 450 euros por mês.

Dizem que na Suiça um professor ganha 100 mil dólares por ano. Ai, quero morar na Suiça.