sábado, 10 de janeiro de 2015

Novos rumos para a Educação em MG

Olá, caro colega! Há quanto tempo. Nos últimos meses estive envolvida em bem-aventuranças bem sucedidas. Nos próximos dois anos voltarei a ser uma estudante e deixarei de ser professora.

A outra novidade é que, contrariando a regra, escreverei neste blog nas férias. A mudança de governo estadual e todas as discussões em pauta sobre os novos rumos da educação mineira fazem com que eu  me sinta na obrigação cidadã de participar do debate.

Desde o primeiro dia do ano, o jornal O Tempo tem estampado, na primeira página, manchetes sobre as discussões propostas pela nova d. Secretária de Educação junto aos representantes do magistério. A promessa de campanha de promover o diálogo aberto está sendo cumprida. Ponto para o novo governador.

Entre as questões mais debatidas estão a implantação do piso nacional da educação e o impasse causado pela carga horária referente ao mesmo. A lei diz que o valor do piso é  para "até 40 horas" de trabalho. O cargo de professor estadual é de 24 horas por semana. O professor mineiro que dobra, ou seja, leciona em dois turnos, trabalha 48 horas por semana para ganhar dois mil e poucos reais (900 dólares). O novo governo do estado de MG propõe pagar o piso, mais as vantagens de carreira (biênios, quinquênios, pó de giz, etc.) desde que os professores trabalhem 40 horas.

É uma questão de fazer as contas. Se for instituído um cargo de 40 horas, 1/3 tem que ser fora de sala de aula, ou seja, seriam 26 horas em sala de aula e 13 horas para planejamento, correções de atividades, reuniões pedagógicas, etc. O professor, então, teria um cargo somente e na mesma escola. Pedagogicamente seria ótimo. Hoje são 16 horas em sala de aula para quem tem um cargo e 32 horas em sala de aula para quem tem dois cargos.

 E quanto ao salário? Vejamos. Se eu ganhasse o piso atualizado e mais todas as vantagens às quais tenho direito, tais como: 5 biênios (+ 20%); 2 quinquênios (+20%); pó de giz (+ 20%); e especialização (+ 20%), meu salário seria de R$ 1.917,78 + 80% desse valor, o que seria igual a R$ 3.452,00. Por outro lado se eu ganhasse o piso proporcional ao cargo de 24 horas mais as vantagens, eu receberia, por um cargo, R$ 2.071,20. Por dois cargos e 48 horas de trabalho semanais, R$ 4.142,40. A diferença entre trabalhar 40 horas e 48 horas é de R$ 690,40. Ah, e tem o desconto do imposto de renda.

Sugiro que cada professor faça as suas próprias contas. Penso também que precisamos ser realistas. Não dizem por aí que o estado está quebrado? De onde o governo vai tirar dinheiro para triplicar o salário de centenas de milhares de profissionais do magistério? Eis uma grande equação a ser resolvida.

Obs. Traduzindo em  linguagem de salário mínimo, hoje o professor ganha cerca e dois salários mínimos por um cargo (580 dólares ou 500 euros). Com o novo piso nacional, passaria a ganhar entre três e quatro salários mínimos.