sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ensino Médio ou Ensino Fundamental?

Minha validade de professora do Ensino Fundamental está acabando. Não tenho mais pique para  os pré-adolescentes. É muito esforço físico para dar conta da explosão de hormônios que agita uma classe. No meu caso são cinco turmas. Fico esgotada.

Para ser um bom professor de Ensino Fundamental é preciso ter muita paciência e uma boa didática. É preciso dispor de uma ampla e variada cartela de práticas didático-pedagógicas. Até acho que possuo um certo conhecimento nessa área. O problema é que, hoje em dia, dar aulas para esse público virou teste de resistência física.

Como também sou professora do Ensino Médio, ultimamente tenho colocado tudo na balança e sinto, cada vez mais, que a minha praia é dar aulas para os adolescentes. O diálogo flui melhor. Posso dar aulas expositivas, o que é quase impossível no Ensino Fundamental. A preparação das aulas é menos desgastante, pois os alunos mais velhos são capazes de se concentrar mais na leitura de um texto. Posso pedir trabalhos de pesquisa que eles se viram sozinhos.

No Ensino Fundamental professor tem que ser um pouco pai e mãe. Tem que ficar em cima: "Faça a atividade, fulaninho!" "Nossa, que letra é essa? Vamos caprichar mais um pouquinho?" "Salte uma linha pra separar uma questão da outra!" "Vamos fazer um colorido bem bonito no mapa!" "Pare de andar sobre as carteiras, menino!" E eu sou do tipo que dá visto em todas as atividades. Costumo dar 10 pontos no caderno para incentivá-los a fazer as atividades. Sem falar no português. Como professora de história sinto-me  na obrigação de corrigir, pelo menos, os erros ortográficos. É cansativo.

Por outro lado, no Ensino Médio posso fazer uma coisa que adoro: falar de política. Professor de escola pública que não aproveita as aulas para ensinar os alunos a votar está dando bobeira. Está perdendo uma ótima oportunidade de dar o troco nesse governo que não nos valoriza. 




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