quinta-feira, 31 de março de 2011

Comida , sexo e dinheiro

Uma vez, participei de uma oficina de marketing. O professor disse uma frase que nunca mais me saiu da cabeça: " A maioria das pessoas só pensa em comida, sexo e dinheiro". Esse é o pressuposto básico dos publicitários.

Transferindo essa "filosofia mercantil" para a Educação, penso que meus alunos não aprendem, não porque lhes falta inteligência, mas talves lhes falta um certo interesse. E eles têm razão.

Para que estudar a Revolução Inglesa do século XVII? Ou a Revolução Francesa nos seus mínimos detalhes (fase do terror, Convenção Nacional, Diretório, jacobinos, girondinos, etc.)? Para que? Para que torturar os alunos com minúcias do jogo político do período regencial? Para que se concentrar em questões analíticas que estão além da capacidade de compreensão dos alunos? E por que eles não compreendem? Por que não são inteligentes ou por que aquilo não lhes diz nada, absolutamente nada?
Existem questões historiográficas que só deveriam ser objeto de discussão no ensino superior. Ou no ensino médio. Alguns tópicos são completamente inúteis no ensino fundamental.

Penso, muitas vezes, em levar para meus alunos somente documentos interessantes sobre o tema "comida, sexo e dinheiro". Dentro disso, vários subtemas surgiriam: organização familiar, violência, racismo, drogas,  moda, arte, religião, hábitos, festas, problemas cotidianos, escravidão, revoltas populares e trabalho. E, através desses temas, ensinar política e economia. E, através desses documentos, ensinar a ler e a entender o que se leu. E ensinar a escrever com uma certa lógica, com começo, meio e fim.

Penso que seria melhor pra eles e para mim, se eu seguisse o meu próprio CBC. Não rejeito o Currículo Básico Comum de História, mas gostaria que as escolas tivessem mais autonomia para criar um CBC próprio, a partir do CBC oficial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário