segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O motim

Na última quarta-feira, uma turminha do sétimo ano "pintou" com D. Margarida. Simplesmente, os alunos não me deixaram dar aula. A minha aula! Que eu havia preparado com tanto carinho! Eles começaram a bater nas carteiras com as mãos. Todos ao mesmo tempo. Um verdeiro motim.

"Queremos desenhar! Queremos desenhar! Queremos desenhar!"

Fui pega de surpresa. Mas sou muito flexível. Não me abalo facilmente. Não mais. Eles querem desenhar? Ok! E escrevi a atividade no quadro:

"Crie uma história em quadrinhos sobre a vida dos escravos nos engenhos."

"Credo, professora! Você só fala de escravo!" disse M.

D. endossou: "É mesmo. Não vou fazer nada. Tô fora."

Aí eu entendi o que eles queriam. Eles queriam um desenho pronto para colorir. Desses tipo mosaico, com uma legenda de cores de acordo com os números. Um desenho que as crianças de 6 anos, quando decobrem os números, aprendem a colorir. Só que os meus alunos têm 12, 13 anos!

Em uma situação como essa sempre tento entrar em um acordo. Tento falar, explicar, argumentar, até reverter a situação. Mas eu estava cansada. Estava sem força. Parei debaixo do batente da porta e encarei-os. De repente, surgiu uma oportunidade para ir para outra turma, "subir" uma aula. Abandonei os rebelados com a ajudante de serviços e fui para o outro sétimo ano, que me recebeu super bem.

Estou ficando macaca velha. Sinto preguiça de sofrer.

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