F. é um aluno simplesmente insuportável. Como apanha muito do pai, vive distribuindo tapas nos colegas. Não sei o que fazer com ele. Preciso da ajuda especializada de um psicólogo, mas não existem psicólogos no quadro funcional das escolas estaduais de MG.
W. é outro aluno igualmente intolerável. A mãe diz que o menino é hiperativo e toma remédio controlado. Se isso for verdade, os miligramas do medicamento precisam ser aumentados, porque o menino não pára quieto, não escreve uma linha sequer e prejudica o processo de aprendizagem de toda a classe. Um inferno. Preciso da ajuda especializada de um assistente social que monitore a mãe e o tratamento desse menino; uma pessoa para checar se a medicação está sendo ministrada corretamente; para certificar que a mãe está falando a verdade; para averiguar se a mãe está levando o menino ao médico com a regularidade que o tratamento exige, enfim... preciso, mas não existem assistentes sociais nas escolas estaduais de MG.
Os dois meninos prejudicam os colegas. Eles impedem que os outros aprendam. A Secretaria de Estado da Educação de MG não faz nada, não oferece nada, nenhum programa para ajudar. Se o professor não dá conta, é taxado de incompetente. Enquanto o governo cultiva, com todo carinho, a sua eterna Burrocracia, 60 alunos estão sendo impedidos de aproveitar seu tempo escolar por causa de apenas dois meninos problemáticos e desajustados.
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