sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Hora do Recreio

A hora do recreio é geralmente usada para dar recados aos professores sobre tudo o que se possa imaginar. Hoje, por exemplo, a vice-diretora e as supervisoras se dirigiram aos professores para esclarecer o caso do professor de matemática que mandou uma aluna "pastar". Esclarecer não é bem a palavra certa. Obscurecer seria o termo mais correto, pois não se diz nada claramente, diretamente, francamente. Nomes não foram citados, nem o que realmente aconteceu.

O caso teve repercussão porque foi durante um evento chamado Forúm da Paz em que estavam presentes juízes, advogados, representantes do Conselho Tutelar, etc. e três alunos de cada turma, que a dita aluna, indiretamente chamada de bovina, denunciou publicamente o tal professor. E dizem (eu não estava presente) que foi seguida em coro por outros alunos participantes do encontro. Outros abusos foram denunciados. Um que chegou aos meus ouvidos foi o de que ele (o professor de matemática) chamou um garoto de 12 anos de "afeminado" ou "veado". Não se sabe ao certo qual foi a palavra exata.

As autoridades, certamente horrorizadas, perguntaram aos alunos quais foram as providências tomadas pela diretora da escola. Os alunos responderam prontamente: "Nada!" O grau de constrangimento já estava acima do limite, quando estudantes do Ensino Médio tentaram aliviar a tensão, alegando que alunos também são responsáveis pela construção do respeito mútuo entre docentes e discentes, e assim os ânimos foram acalmados.

É logico que, posteriormente, o professor foi chamado para dar satisfações. Ele alegou que se sente perseguido na escola. Coitado. Sinto pena. É muito difícil ter domínio de classe. Aos professores novatos ninguém ensina nada. São jogados na cova das criOnças sem o menor suporte pedagógico. Mesmo assim, nada justifica as ofensas e termos preconceituosos usados com o objetivo de manter o controle através da humilhação do aluno. Essa história toda é lamentável, mas acontece todos os dias, toda hora, em milhares de escolas públicas e ninguém fica sabendo. Pois agora, caro leitor, você já sabe.

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