terça-feira, 10 de julho de 2012

Sobre licenças de saúde

Nós dois sabemos, caro colega, que não existe profissional que tira mais licença de saúde que professor. As estatísticas são altas. O prejuízo para os cofres públicos, enorme.

Minha opinião é que os governos são muito burros. Se aumentassem o salário dos professores veriam o número de licenças cair drasticamente. Com dinheiro no bolso, ninguém quer ficar ou parecer doente, muito menos passar a imagem de pessoa rabugenta e amargurada com a vida. Com mais dinheiro no bolso a autoestima melhora e a saúde também.

Mas, como já disse, os governos são estúpidos. Um ranço de mentalidade escravista faz parte do imaginário das elites deste país. Eles preferem pagar mal aos professores e gastar somas astronômicas pra resolver problemas de Segurança e Saúde provocados exatamente pela ignorância do povo.

Tentei tirar uma licença de saúde. Psiquiátrica. "Como sou completamente louca será fácil", pensei. Não foi. O médico achou muito "normal" minha crise de hiperansiedade. Receitou rivotril à vontade. E quanto à licença, apenas disse:

"Vamos ver, vamos ver. Daqui a um mês você volta."

Respondi:

"Ok, doutor!" E pensei: "Se eu enfiar a mão na cara de um aluno, a culpa será sua". E fui embora.

Recolhi-me à minha completa insignificância de profissional pouco valorizada. Fiz as pazes com os aluninhos infernais e toquei o barco sem rumo. Benditas sejam as calmarias da educação. Depois da tempestade, sempre vem outra tormenta. Ás vezes, demora para o próximo furacão nos pegar desprevenidos. Então temos que aproveitar bem o tempo bom. Consegui chegar ao fim do primeiro semestre letivo sem apanhar e sem bater.

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