segunda-feira, 4 de julho de 2011

Diário de greve (3)

Fui obrigada a voltar ao trabalho, mas concebi uma outra forma de luta. O governo me paga um salário miserável para trabalhar 24 horas por semana, não é mesmo? Então é isso, daqui pra frente só irei trabalhar 24 horas por semana. Atrasei a entrega das notas? Atrasei a entrega dos diários? Atrasei a entrega das taletas? Não deu tempo. Por que? Porque 24 horas por semana é pouco para dar conta de duzentas ou trezentas cabecinhas. Sinto muito. A partir de agora eu só trabalho 24 horas por semana, nem um minuto a mais.

Pense bem, caro colega. Não seria melhor ter apenas um cargo de 30 horas, pelo qual você ganhasse dois mil reais líquido, do que ralar a semana inteira em dois cargos (48 horas) para ganhar dois mil e trezentos reais? O ideal seria ganhar mais do que dois mil reais por um cargo de 30 horas. O ideal seria ganhar três mil líquido por um cargo. E para aqueles que quisessem, seria dada a opção de pegar mais dez aulas para completar um cargo de quarenta horas. Por que não?

Me responda se puder: por que uma funcionária do TJ ganha três mil e quinhentos reais, mais benefícios, para trabalhar seis horas por dia praticamente batendo carimbo, e nós, caro colega, ganhamos apenas mil, cento e vinte reais por mês para salvar o futuro do país?

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