segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quando o pau quebra (2)

Hoje o pau quebrou e foi na minha aula. Oitavo ano B. Dois últimos horários. Para começar tive de esperar dez minutos até eles se acalmarem da agitação após o recreio. Silêncio feito, fizemos um combinado: dez minutos de exposição do conteúdo, depois um exercício e vistos e notas no caderno. Ok? Ok!

Enquanto eu percorria as carteiras, olhando caderno por caderno, alguns espertinhos iniciaram uma guerrinha "normal" de bolas de papel."Vamos fazer de conta que vocês têm 14 anos?", falei. Depois de muita argumentação sobre a infantilidade da situação, consegui estabelecer uma trégua. Tênue.

Observei que J.L. estava cabisbaixo, chorando. Era a segunda vez que isso acontecia nas minhas aulas. Alguns estudantes inportunavam-no. Percebi que J.L. estava sendo vítima de bullying. Avisei: "Quem mexer com ele vai levar uma ocorrência!"

Tudo isso ia acontecendo enquanto eu olhava os cadernos e cobrava dos preguiçosos a realização da atividade. O clima estava tenso. Aí, do nada, um garoto apertou o dedo do outro entre a cadeira e a carteira. Aquele que teve o dedo "esmagado" ficou com raiva, tomou o guarda chuva do colega (que não parava de bolinar os outros com o tal objeto) e o arremessou para longe.

Eu só vi aquele guarda chuva vindo na minha direção, rodando como um bumerangue. Consegui desviar a cabeça no último segundo. Peguei o guarda chuva. O dono veio atrás de mim. Começei a andar pela sala e o menino atrás de mim. Pedi a uma aluna para chamar a vice-diretora imediatamente. O aluno desistiu e saiu. Pensei: "Já vai tarde!" E disse a ele "Você só volta aqui com a sua mãe."

Quando a vice-diretora chegou, fiz o relato completo. Ela tomou as providências cabíveis. E se aquele guarda chuva tivesse me acertado? Nem sei o que teria feito.

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