Outro dia foi engraçado. Estava a ensinar ao 6ºB os caminhos que levaram os seres humanos ao continente americano quando lancei a seguinte pergunta para a classe:
"Onde surgiu o ser humano?"
Depois de muito zum,zum,zum, um garoto esperto respondeu:
"Na África."
"Muito bem! Os seres humanos surgiram na África."
Imediatamente B., uma aluna de pele branquinha e de cabelo "bom" (como eles mesmos gostam de classificar), muito bonitinha e muito boa aluna, retrucou com veemência:
"EU NÃAAAAAAO! EU NÃO NASCI NA ÁFRICA!
Os colegas tentaram argumentar, tentaram lhe explicar o que eu estava querendo dizer. A sala ficou tumultuada. Deixei-os falar e trocar ideias polêmicas sobre as quais ainda existem grandes mistérios. Essa é uma ótima forma de aprendizado. B., indignada, dirigiu-se a mim:
"ONDE VOCÊ NASCEU, PROFESSORA? VOCÊ É DA ÁFRICA?"
"Não. Eu nasci em uma cidade do interior do estado."
"ENTÃO VOCÊ NÃO É DA ÁFRICA. EU TAMBÉM NÃO SOU DA ÁFRICA."
Achei a coisa engraçada. Comecei a rir enquanto a "polêmica" pegava fogo. Não tive como retomar a atenção da turma para a devida explicação à B.. O sinal tocou. A aula acabou.
Na próxima aula pretendo retomar a fala de B., afinal, tudo que os alunos dizem é material fértil para o processo de ensino-aprendizagem, não é mesmo? Ou, quase tudo.
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