terça-feira, 7 de junho de 2011

É greve?

Mais uma greve de professores da rede estadual desponta no horizonte. Mais uma. Todo ano é a mesma coisa. O sindicato só parece ter essa opção para oferecer aos professores.

Eu não sei quanto a você, caro colega, mas a minha opinião é a de que não podemos entrar em greve sem analisarmos muito bem a situação. Não é o sindicato que repõe as aulas. Somos nós. Somente nós é que sabemos o quanto as greves são terríveis, principalmente para os professores que têm dois cargos. Depois é aquela loucura, aquela correria, sem sábados para descansar, lotados de trabalho, prazos apertados para entregar notas, alunos que faltam às aulas de reposição, enfim, ninguém merece o pós-greve.

Se o sindicato está propondo uma greve, eu quero saber direitinho para quê. Quais são as reivindicações? Muitos vão dizer: "Ah! É o piso. Queremos o piso". Ok. Mas se pensarmos bem, o que deveríamos querer é que o governo do estado se manifeste e nos apresente um plano de carreira que realmente nos satisfaça.

Pensemos. O estado ainda está recebendo as requisições para a volta à carreira antiga. A julgar pela morosidade da SEE, os protocolos só serão processados lá para agosto, "a gosto de Deus"! Depois é que vamos ver como vai ficar o pagamento. Sem falar nos muitos professores que precisam regularizar seus biênios e quinquênios e pós-graduações.

O estado vai alegar que já paga o piso, proporcionalmente. O piso é para o ensino médio. E como fica o piso para quem tem curso superior? E a questão da proporcionalidade de tempo aula/planejamento? Sim, porque a lei diz que são 2/3 das 40 horas em sala de aula e 1/3 para planejamento. Se o governo de MG for obedecer a lei, um cargo teria que ser de 16 horas/aula em sala e 8 horas/aula para planejamento.

E esse silêncio do governo? Parece um jogo de xadrez. Temos que calcular muito bem as nossas jogadas. Poderíamos, por exemplo, optar pela estratégia de jogar lama na purpurina do governo. Se começarmos a denunciar todos os podres da Educação em Minas Gerais, o governo vai ficar louco. É só começar a denunciar a violência nas escolas, as obras mal feitas, a morosidade na regularização das vantagens, os equipamentos de informática que não funcionam, os projetos que não funcionam, a falta de estrutura de algumas escolas, enfim, tem muita lama para jogar no ventilador.

Greve é coisa séria. É desgastante. Não sou contra a greve, mas para funcionar a adesão do magistério tem que ser de, no mínimo, 90%. De qualquer foma, a hora é propícia. A péssima situação da Educação brasileira está na ordem do dia. E uma coisa é certa: não podemos perder o bonde da História.

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